quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ele é mais contido, cuidadoso nos gestos, fala pouco e quase não se derrama.
Às vezes a olha cheio de encantamento e, prestes a pronunciar a tal frase de impacto, desiste no primeiro impulso do momento exato.
E quando sai de órbita, escreve um poema sem título.
Ela é doce e ardente, esparramada na fala, exagerada no toque.
E todos os dias negocia com a maneira que ele tem de demonstrar afeto_ nunca é o suficiente.
E do poema inteiro, só presta atenção no título ausente...
Dentro de tantas expectativas, eles seguem se amando desajeitadamente:
Ele de um jeito delicado porque não precisa dela...
Ela, com tantas carências, pensa que o ama loucamente.
(Marla de Queiroz)

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